(Foto: Uliane Tatit)
Quais foram as dificuldades? Quais os maiores desafios? Como surgiu o
blog “Crimes sem Castigo”? Rogério Galindo, jornalista da Gazeta do Povo,
contou como tudo ocorreu nessa série em uma palestra na Universidade Positivo na
terça feira (21). Galindo teve como apoio a jornalista e professora Katia
Brembatti e as estagiárias estudantes de jornalismo Bruna Alves Teixeira e Viviane
Menosso, que tiveram papel importante na análise de dados.
A primeira fase da série
consistia na apuração de dados. Era necessário um melhor estudo das
investigações policiais. Já com os boletins de ocorrências negados pela polícia,
a solução foi procurar o Ministério Público, que cedeu os inquéritos. Após um
ano de investigação, e armazenamento deu se início, a segunda fase era ler os
inquéritos. “Nós montamos uma tabela no Excel com vários casos e fazíamos
quarenta perguntas sobre casa um”, conta o jornalista. De início a série tinha
como objetivo principal analisar trezentos casos, depois passou para
seiscentos, logo foi pensado: porque não analisar mil casos? O grande desafio desse projeto foi a análise.
“90% do nosso trabalho foi conseguir a informação, ler e interpretar”,
complementa.
A construção da toda série levou
um ano e meio, mas em apenas três semanas as matérias foram escritas. “A ideia
era mostrar a situação dos homicídios em Curitiba”, conta. Complementando sua
fala anterior, o jornalista diz que era necessário chegar a algumas conclusões
e ter certo conhecimento, pois não adiantava nada ter apenas os dados, não se
podia entregar nada “cru” para a população.
“Parece um faroeste, as pessoas
passaram a fazer justiça com as próprias mãos”. Os crimes que não são
solucionados pela polícia, cerca de 95%, muitas vezes acabam sendo resolvidos
de outra forma, um pouco mais trágica, pela população. Criando muitas vezes um
ciclo-vicioso de crimes, como também comentou Rogério.
Mas o que essa série poderia refletir na população e para o próprio
jornalismo? Bom, é necessário saber de
um assunto para poder falar dele, isso é o mais importante. Pode-se falar com
as autoridades, com qualquer especialista, esperando apenas uma explicação, não
dependendo de sua resposta para escrever a matéria. O papel do jornalista é de
informar, é de alertar. Não se espera que se faça a cabeça das pessoas. É
apenas tirar o tampão do olho de quem não quer enxergar a realidade.
(Foto: Sacha Sanches)
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