quarta-feira, 21 de agosto de 2013

"Crimes sem Castigo" - Jornalismo Investigativo

(Foto: Uliane Tatit)

Quais foram as dificuldades? Quais os maiores desafios? Como surgiu o blog “Crimes sem Castigo”? Rogério Galindo, jornalista da Gazeta do Povo, contou como tudo ocorreu nessa série em uma palestra na Universidade Positivo na terça feira (21). Galindo teve como apoio a jornalista e professora Katia Brembatti e as estagiárias estudantes de jornalismo Bruna Alves Teixeira e Viviane Menosso, que tiveram papel importante na análise de dados.

A primeira fase da série consistia na apuração de dados. Era necessário um melhor estudo das investigações policiais. Já com os boletins de ocorrências negados pela polícia, a solução foi procurar o Ministério Público, que cedeu os inquéritos. Após um ano de investigação, e armazenamento deu se início, a segunda fase era ler os inquéritos. “Nós montamos uma tabela no Excel com vários casos e fazíamos quarenta perguntas sobre casa um”, conta o jornalista. De início a série tinha como objetivo principal analisar trezentos casos, depois passou para seiscentos, logo foi pensado: porque não analisar mil casos?  O grande desafio desse projeto foi a análise. “90% do nosso trabalho foi conseguir a informação, ler e interpretar”, complementa.

A construção da toda série levou um ano e meio, mas em apenas três semanas as matérias foram escritas. “A ideia era mostrar a situação dos homicídios em Curitiba”, conta. Complementando sua fala anterior, o jornalista diz que era necessário chegar a algumas conclusões e ter certo conhecimento, pois não adiantava nada ter apenas os dados, não se podia entregar nada “cru” para a população. 

“Parece um faroeste, as pessoas passaram a fazer justiça com as próprias mãos”. Os crimes que não são solucionados pela polícia, cerca de 95%, muitas vezes acabam sendo resolvidos de outra forma, um pouco mais trágica, pela população. Criando muitas vezes um ciclo-vicioso de crimes, como também comentou Rogério.   

Mas o que essa série poderia refletir na população e para o próprio jornalismo?  Bom, é necessário saber de um assunto para poder falar dele, isso é o mais importante. Pode-se falar com as autoridades, com qualquer especialista, esperando apenas uma explicação, não dependendo de sua resposta para escrever a matéria. O papel do jornalista é de informar, é de alertar. Não se espera que se faça a cabeça das pessoas. É apenas tirar o tampão do olho de quem não quer enxergar a realidade. 

(Foto: Sacha Sanches)

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